O Princípio de um Espectáculo com Cátia Terrinca

No seguimento dos encontros que o ano passado tivemos com Luis Miguel Cintra e Bruno Bravo, este ano convidamos criadores de teatro a falar sobre as suas metodologias e as ideias que têm sobre o princípio de um espectáculo. Cátia Terrinca é a nossa primeira convidada. Sediada em Elvas, com o projecto UM Colectivo, convidamos a actriz e encenadora a falar-nos sobre teatro de uma maneira abrangente, e sobre a criação no contexto de uma cidade como Elvas.

Sobre Cátia Terrinca

Nascida em Lisboa, a 1990, com família cabo verdiana e portuguesa.
Atriz e dramaturgista licenciada em Teatro – Ramo Actores pela ESTC – Escola Superior de Teatro e Cinema e pela RESAD – Real Escuela Superior de Arte Dramático (especialização em Teatro Gestual). Participa em diversas formações complementares, das quais destaca Estágio Ciência Viva em Arquitectura Paisagista, com Arq Ribeiro Telles (2008), Formação em Dança e Escrita, com Sofia Neuparth, no c.e.m., (2012), Mergulhar num processo, com Vera Mantero e André Lepecki (2012), para além de aulas regulares de Teatro Butoh e Dança Contemporânea.
Em 2009, funda uma estrutura informal, colectivo 3.14, com a qual experimenta linguagens performáticas e intimistas em espaços não convencionais, desenvolvendo trabalho em Mindelo (Cabo Verde) e no bairro da bica (Lisboa). Simultaneamente, começa como actriz a trabalhar com Mónica Calle, Francisco Salgado, Daniel Gorjão e mais tarde com Paulo Lage, Rogério de Carvalho, António Durães, Pedro Sousa Loureiro e Mathias Langhoff, em estruturas como Teatro de Almada, TNDMII e em Festivais como Mindelact, Frindge Madrid, Festival Teatro de Almada.
Em 2013 funda, em conjunto com Ricardo Boléo, a Associação Cultural UMCOLETIVO. Actualmente, é directora artística da estrutura, sedeada em Elvas, na qual explora processos de rescrita como dramaturgista e actriz, valorizando a questão feminina na cena. Como actriz, integra as equipas dos dezasseis espectáculos, dos quais destaca Inércia (2014), a partir do inédito de Fernando Pessoa, silêncio (2015), a partir de Rúben A., e TRÊS IRMÃS: Irina, Macha, Olga (2015 e 2016), reescrita de Tchekhov, distinguida com o Prémio Time Out para melhor espectáculo e melhor actriz de 2016.
Recentemente, interessa-lhe também o trabalho de criação, procurando construir uma linguagem que contrarie o frenesim quotidiano e capitalista, criando um tempo sagrado do qual possam nascer cumplicidades e empatia entre performer e espectador. Como criadora, assina ESCURIDÃO BONITA (a partir do texto homónimo de Ondjaki), TRÊS IRMÃS (a partir de Tchekhov) e CARTAS (a partir das Cartas de Maria Helena Vilhena a Amílcar Cabral), processos que se equilibram entre teatro e performance, oferecendo a centralidade à mulher.
Desenvolveu um projecto pessoal de escrita em cena (em torno da gravidez) chamado CASA-PARTIDA.

Na Casa do Miradouro, Viseu