Exercícios de Escuta
"Ode Triunfal" de Álvaro de Campos
Lido por
André
Albuquerque
Quando
9,16, 23 e 30 Maio, 2021
17h00
Álvaro de Campos é, na obra de Fernando Pessoa, o embaixador do movimento modernista. Herdeiro de Walt Whitman e de Marinetti, podemos ler na Ode Triunfal o entusiasmo pelo canto da máquina, e do seu próprio corpo. Convidamos André Albuquerque, actor natural de Viseu, a ler esta ode num lugar se que aproxima do seu imaginário. Com apontamentos de uma poética beirã, e como se materializasse o conflito de tempos entre o Presente, Futuro e Passado, com que o poema começa, podemos antecipar o que será ouvir, nesta sala:
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica / Tenho febre e escrevo. / Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, / Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.

Sobre Álvaro de Campos
Um dos principais heterónimos de Fernando Pessoa, o poeta fê-lo nascer em Tavira. Terá, depois estudado engenharia “primeiro mecânica e depois naval”, em Glasgow. No final do poema “Ai, Margarida,” é apresentado como “Engenheiro Naval Sr. Álvaro de Campos”. Quando regressa a Lisboa, depois de uma viagem pelo Oriente, marca-o uma profunda desilusão. Álvaro de Campos assina dos mais entusiasmantes títulos da poesia portuguesa, como “Tabacaria”, “Ode Marítima”, ou a “Ode Triunfal”, que este ano apresentamos.
Sobre André Albuquerque
Viseu, 1983, quarto 13 da Maternidade, sexta feira, 19 horas e 15 minutos de um dia ameno. Desde este dia que se lhe descobre uma forte necessidade de comunicação que toma várias formas e se adapta a vários contextos. Na raíz de tudo uma relação de dependência com as histórias, as palavras e o convívio com o outro mas também com a solidão. Esta relação levou-o a querer ser actor, a ter intervenção política, a sentir saudade de tertúlias formais e informais, a sonhar com a rádio.
Licenciado pela Escola Superior de Teatro e Cinema, estreou-se como actor profissional em 2006, num espectáculo de Fraga, “O Grande Terramoto”, com quem recentemente, 15 anos depois, voltou a trabalhar em “Senso”, estreando-se assim no Teatro Viriato, o da sua cidade.
Pelo meio protagonizou vários espectáculos na Companhia de Teatro de Almada, onde se destaca “A Mãe”, de Bertolt Brecht, com encenação de Joaquim Benite e “O Luto Vai Bem com Electra”, de Eugene O’Neill, com encenação de Rogério de Carvalho, participou em algumas novelas e séries de televisão e dobragens.
Continuará a comunicar, amenamente, de preferência.